Mais um gole

Hoje me senti envelhecer. Não no agir, no pensar, no sentir, mas na solidão e na falta que me faz você. É chato pensar que essa distância tão voraz aumenta exponencialmente a cada dia. Sempre que sofro me sinto envelhecendo e desde que você se foi isso não quer parar de me atormentar, me causar insônia, me causar dor, me desesperar, me desesperançar. Hoje fiquei relendo cartas que nunca te mandei, frases que ensaiei e nunca falei e lembrei até do que não escrevi, fiquei lembrando um tempo bom que não voltará mais, fiquei remoendo as mágoas que nunca serão curadas, fiquei imaginando um futuro só nosso. Hoje joguei decidi recomeçar, mas ainda não sei por onde... Não sei se por você, se por meus amores mal resolvidos, por minhas amizades mal terminadas ou pelas ainda interrompidas, por minha família, por minha confusão mental sobre o certo o duvidoso e o simples querer, pensei em começar por meus medos, minhas paredes, minhas mágoas e sem querer voltei a você. Depois disso resolvi recomeçar o meu começo, li um pouco, meditei, e me concentrei no meu recomeço, então resolvi recomeçar a escrever no meu recomeço para quem sabe assim eu descobrir por onde recomeçar. Abri uma bela garrafa de CORTEZANO, dei um gole e cá estou eu indeciso, desmotivado, desarmado contra o mundo que eu mesmo criei, desalmado contra o que eu mesmo me tornei. Acho que o mais certo seria ligar para alguém, pois sei que ainda tenho muitos por mim, mas ainda acho injusto ocupar outras pessoas com dramalhões de novela mexicana que nem eu mesmo entendo, e por mais que possa ser simples para os outros sei que no fim não adiantaria nada como das outras vezes. Talvez eu ache a resposta no próximo gole.